Deus sou eu,
És tu,
Somos nós.
Quando dançamos
Quando rimos,
Quando amamos,
Quando destruímos.
Deus é quem quer bem
E quem quem quer mal.
É quem corta o caminho,
É quem altera o destino.
Todos somos Deuses,
Por isso é divino.
Não há um Deus bom
Sem haver um Deus mau.
Os homens olham o firmamento,
Não conseguem olhar para si,
Para o Deus lá dentro.
Todos contra todos,
Muitos por alguns,
O meu pelo teu.
Thursday, August 18, 2011
Thursday, June 24, 2010
Guerra
Haverá paz para uma guerra sem armas?
Sem território, sem troca de palavras.
Uma guerra por tudo e por nada.
Haverá paz para uma alma cansada?
Sem território, sem troca de palavras.
Uma guerra por tudo e por nada.
Haverá paz para uma alma cansada?
Tuesday, May 11, 2010
Tuesday, May 04, 2010
Tons
Revela-se um suave movimento
Quando ondulo nessa dança.
Em perfeita vibração com
A realidade, percebo ao que sabe
A temperança:
Um beliscar tímido com dedos
De criança,
É um nobre castigo
Que não sufoca de ansiedade.
Sigo passadas certas ao ritmo
Que emergem notas musicais.
Assim se rodopia pouco a pouco
Numa envolta coreografia
Que não é demais.
Afinam-se descobertas
De novos sinais,
E desfaz-se o ruído
Clamado por um louco.
Eclode um bombear da alma
Quando percebo a vivacidade
Nesse poder da harmonia,
Ou apenas pura inocência
Da liberdade.
Como uma flauta que sopra o tom
Da simplicidade,
Agora embrulho o meu suspiro
E termino em perfeita cadência.
NF
05-05-2010
Quando ondulo nessa dança.
Em perfeita vibração com
A realidade, percebo ao que sabe
A temperança:
Um beliscar tímido com dedos
De criança,
É um nobre castigo
Que não sufoca de ansiedade.
Sigo passadas certas ao ritmo
Que emergem notas musicais.
Assim se rodopia pouco a pouco
Numa envolta coreografia
Que não é demais.
Afinam-se descobertas
De novos sinais,
E desfaz-se o ruído
Clamado por um louco.
Eclode um bombear da alma
Quando percebo a vivacidade
Nesse poder da harmonia,
Ou apenas pura inocência
Da liberdade.
Como uma flauta que sopra o tom
Da simplicidade,
Agora embrulho o meu suspiro
E termino em perfeita cadência.
NF
05-05-2010
Tuesday, April 27, 2010
A espera
Esperamos demais só um segundo
Mas sonhamos com a eternidade.
Não chega viver para sempre,
Mesmo retirando os seixos do rio
Em busca da profundidade.
Impomos espelhos ao sol
Desejando o farsante luar,
Podendo não haver mais brio
Nem um gracioso amanhecer
Quando quisermos olhar.
Muito, que foi demais,
Seguro em paz contra o peito.
Ajustam-se movimentos desfasados,
Deixando oscilar esse almejado
Engenho que cura a pontualidade,
A marcar o compasso perfeito.
NF
27-05-2010
Mas sonhamos com a eternidade.
Não chega viver para sempre,
Mesmo retirando os seixos do rio
Em busca da profundidade.
Impomos espelhos ao sol
Desejando o farsante luar,
Podendo não haver mais brio
Nem um gracioso amanhecer
Quando quisermos olhar.
Muito, que foi demais,
Seguro em paz contra o peito.
Ajustam-se movimentos desfasados,
Deixando oscilar esse almejado
Engenho que cura a pontualidade,
A marcar o compasso perfeito.
NF
27-05-2010
Thursday, February 11, 2010
Monday, May 25, 2009
Memórias
De traços meigos
Num corpo franzino,
Descalça na rua
Sem medo do frio.
As mãos rastejantes
E unhas sumidas
Trepavam árvores
E imaginavam cozinhas.
A voz aguçada
Falava de encantos,
Os olhos acreditavam
Que existiam anjos.
O paladar imaginava
O sabor da terra,
Fazia de areia
O bolo da festa.
O sol escaldava
E não era dor,
Os dias eram anos
A passar de cor.
Fito deslembrada
Esta passagem discreta,
Como se uma janela
Estivesse aberta.
Não lembro onde foi
A minha refém,
Ficam dela as memórias
Para a minha mãe.
NF
25-05-2009
Num corpo franzino,
Descalça na rua
Sem medo do frio.
As mãos rastejantes
E unhas sumidas
Trepavam árvores
E imaginavam cozinhas.
A voz aguçada
Falava de encantos,
Os olhos acreditavam
Que existiam anjos.
O paladar imaginava
O sabor da terra,
Fazia de areia
O bolo da festa.
O sol escaldava
E não era dor,
Os dias eram anos
A passar de cor.
Fito deslembrada
Esta passagem discreta,
Como se uma janela
Estivesse aberta.
Não lembro onde foi
A minha refém,
Ficam dela as memórias
Para a minha mãe.
NF
25-05-2009
Tuesday, January 27, 2009
Sunday, August 31, 2008
Chuva
O soalheiro calafrio sucumbe
A desnuda insónia condensada.
Qual tempestade reproduzida
Num desejo entregue ao relento,
Desperto pelas ranhuras deste chão
Onde cai em pranto a minha chuva.
Abriga-se o vulto desprovido
Do dilúvio com tormentos resfriados.
Anseia pela bonança vora,
O momento que aquieta a alma,
Depois de ter sentimentos feridos.
Toca no seu dorso esta bonança
Que componho em traços de luz.
Torna à terra o curso de água,
Carregado de raízes efémeras
Num desabrochar de Primavera
Em pleno Outono.
Nádia Fortes
31/08/2008
A desnuda insónia condensada.
Qual tempestade reproduzida
Num desejo entregue ao relento,
Desperto pelas ranhuras deste chão
Onde cai em pranto a minha chuva.
Abriga-se o vulto desprovido
Do dilúvio com tormentos resfriados.
Anseia pela bonança vora,
O momento que aquieta a alma,
Depois de ter sentimentos feridos.
Toca no seu dorso esta bonança
Que componho em traços de luz.
Torna à terra o curso de água,
Carregado de raízes efémeras
Num desabrochar de Primavera
Em pleno Outono.
Nádia Fortes
31/08/2008
Monday, August 25, 2008
Retrato
Ponto sem partida,
Paragem em movimento,
Amor fraternal,
Despontar dum rebento,
Sorrisos esmorecidos,
Um lenço ao vento,
Sebenta sem prefácio,
Minutos sem tempo,
O meu universo
Num breve apontamento.
NF
25/08/2008
Paragem em movimento,
Amor fraternal,
Despontar dum rebento,
Sorrisos esmorecidos,
Um lenço ao vento,
Sebenta sem prefácio,
Minutos sem tempo,
O meu universo
Num breve apontamento.
NF
25/08/2008
Saturday, July 12, 2008
Thursday, June 19, 2008
Outra vez
Brindam-se os cálices vazios,
Degustámos o doce vinho.
Dragamos o mesmo aroma
Outra vez, sozinhos.
Erguem-se alicerces impetuosos,
Montados numa inércia profunda.
Desabam na razão ciente
Outra vez, defunta.
Há caminhos à solta,
Traçaram-se caminhos parados.
Os mesmos veleiros sem rota
Outra vez, ancorados.
Rodopiou a imagética sentida,
No álbum da memória vivida.
Monta-se o puzzle sobre a mesa
Outra vez, partida.
Nádia Fortes
20-06-2008
Degustámos o doce vinho.
Dragamos o mesmo aroma
Outra vez, sozinhos.
Erguem-se alicerces impetuosos,
Montados numa inércia profunda.
Desabam na razão ciente
Outra vez, defunta.
Há caminhos à solta,
Traçaram-se caminhos parados.
Os mesmos veleiros sem rota
Outra vez, ancorados.
Rodopiou a imagética sentida,
No álbum da memória vivida.
Monta-se o puzzle sobre a mesa
Outra vez, partida.
Nádia Fortes
20-06-2008
Saturday, May 31, 2008
Uma pequena...Grande recompensa!

Hoje foi um dia diferente, que vou recordar sempre pois foi uma boa surpresa para mim. Neste livro, estão publicadas duas poesias minhas; trata-se de um concurso promovido pelo Instituto Jean Piaget que tem, como finalidade, constituir um livro com poesias de jovens de todas as idades, que posteriormente é posto à venda. Participei neste concurso há alguns anos e fui premiada com nesta publicação :) . Hoje fui à cerimónia de entrega, e não resisti em registar este facto no meu blog, totalmente dedicado a algo que tenho prazer em fazer.
Espero que possam comprar este livro ;-P


Thursday, February 28, 2008
Há dias...
Há dias
Em que
Me lembro
De quando
Não lembrava
De nada.
Há dias
Em que
Basta
Uma estrofe
Mal escrita
E borro
A minha quadra.
Há dias
Fui
Tão feliz
Porque
Dormia
Muito.
E...
Já são horas.
Vou
Fazê-lo,
Agora,
Sem vontade.
29/02/2008 Nádia Fortes
Thursday, January 24, 2008
Passagem de Nível
Tombou-se a cancela velha, baixou sem avisar.
"Diz-me porque foi, porque baixou ela,
Sem antes eu passar!"...
O tempo da espera é tenebroso,
A ânsia do caminho esvaneceu.
Reticentes... Uns esperam,
Outros, vão voltar.
O tumulto espezinha a calma,
E depois da luta, a entrega exausta.
Acorda a cegueira em cinza,
E vai despertando o olhar,
O olhar retido nela.
"Como tu me fascinas,
E nunca te admirei.
O horizonte em ti se deita,
És o pouso do pássaro
Que faz soar o timbre do teu ranger.
És a meta que me deleita".
Comove-se a injusta,
E num ápice torna a levantar.
Como foi bom o tempo de espera,
Passo agora, já não como era
Antes do tempo de passar.
(...)
E quem torna à cancela velha,
Volta a querer parar.
Nádia Fortes 24-01-2008
"Diz-me porque foi, porque baixou ela,
Sem antes eu passar!"...
O tempo da espera é tenebroso,
A ânsia do caminho esvaneceu.
Reticentes... Uns esperam,
Outros, vão voltar.
O tumulto espezinha a calma,
E depois da luta, a entrega exausta.
Acorda a cegueira em cinza,
E vai despertando o olhar,
O olhar retido nela.
"Como tu me fascinas,
E nunca te admirei.
O horizonte em ti se deita,
És o pouso do pássaro
Que faz soar o timbre do teu ranger.
És a meta que me deleita".
Comove-se a injusta,
E num ápice torna a levantar.
Como foi bom o tempo de espera,
Passo agora, já não como era
Antes do tempo de passar.
(...)
E quem torna à cancela velha,
Volta a querer parar.
Nádia Fortes 24-01-2008
Saturday, June 25, 2005
Imperfeição...
Na imperfeição está a perfeição,
De não ser grande, transcendente.
Transcede o transbordar dos rios
O flutuar dos cabelos ao vento,
Os regatos silenciosos descendo
As pedras: nada transcede o gesto.
Sermos uno aqui, ali ou depois
Da noite bocejar sorrisos infantis
Para quem ama na escuridão.
Transcede o clarão que apaga
O que se alcança tão longe,
Tão perto nos sentidos nossos.
É gosto de cheiro e sabor visto
Quando encerramos o livro
Com um brilho no olhar.
Nada se teme quando
Se transcende a imperfeição.
Eu espero, é isto. E sou Feliz.
De não ser grande, transcendente.
Transcede o transbordar dos rios
O flutuar dos cabelos ao vento,
Os regatos silenciosos descendo
As pedras: nada transcede o gesto.
Sermos uno aqui, ali ou depois
Da noite bocejar sorrisos infantis
Para quem ama na escuridão.
Transcede o clarão que apaga
O que se alcança tão longe,
Tão perto nos sentidos nossos.
É gosto de cheiro e sabor visto
Quando encerramos o livro
Com um brilho no olhar.
Nada se teme quando
Se transcende a imperfeição.
Eu espero, é isto. E sou Feliz.
Thursday, May 12, 2005
Saibamos isto...
De que interessa o saber definitivo das coisas... Não é por isso que somos mais felizes.
Sejamos breves enquanto donos da verdade,
Não há verdade que permaneça intacta.
Cortemos as nossas unhas enquanto é tempo
Para mais tarde não arranharmos em nós mesmos.
Percamos a fé em deuses ocultos,
Afinal, eles nunca existiram.
Sujemo-nos, enlameados, enquanto crianças.
Saberemos, mais tarde, que a lama suaviza a pele.
Comentemos o alheio sem interesse.
Um dia, todos quererão saber de nós.
Soltemos, para sempre, o que nos une:
Afinal, o mundo nunca esteve unido.
Nádia Fortes
04/08/2004
Sejamos breves enquanto donos da verdade,
Não há verdade que permaneça intacta.
Cortemos as nossas unhas enquanto é tempo
Para mais tarde não arranharmos em nós mesmos.
Percamos a fé em deuses ocultos,
Afinal, eles nunca existiram.
Sujemo-nos, enlameados, enquanto crianças.
Saberemos, mais tarde, que a lama suaviza a pele.
Comentemos o alheio sem interesse.
Um dia, todos quererão saber de nós.
Soltemos, para sempre, o que nos une:
Afinal, o mundo nunca esteve unido.
Nádia Fortes
04/08/2004
Friday, May 06, 2005
Dos Nossos Olhos
Dos meus olhos para ti... Tudo o que eu queria agora e não posso ter...
Dos nossos olhos
As janelas que se abrem de manhã
Não mais que em navios passageiros
São o encanto do ausente ou do cheio
Que em corpos se ligam ao mar.
São mariposas suspensas que se beijam,
Amantes que se tocam no vazio,
E em delicados movimentos nos deixam
Num arrepio perdidos de paixão.
Do fundo, do negro, do invisível
Jaz no ninho um tímido rouxinol
Que canta ao som dos olhos perdidos
Quando sua bussula em outros achou.
Em metáforas vos descrevo e anseio
Que o meu pássaro de alma cante
Quando a bussula do teu olhar perdido
Invadir de mar a janela do meu navio.
Nádia Fortes
29/07/2003
Dos nossos olhos
As janelas que se abrem de manhã
Não mais que em navios passageiros
São o encanto do ausente ou do cheio
Que em corpos se ligam ao mar.
São mariposas suspensas que se beijam,
Amantes que se tocam no vazio,
E em delicados movimentos nos deixam
Num arrepio perdidos de paixão.
Do fundo, do negro, do invisível
Jaz no ninho um tímido rouxinol
Que canta ao som dos olhos perdidos
Quando sua bussula em outros achou.
Em metáforas vos descrevo e anseio
Que o meu pássaro de alma cante
Quando a bussula do teu olhar perdido
Invadir de mar a janela do meu navio.
Nádia Fortes
29/07/2003
Friday, April 22, 2005
Almas Vazias
Vinha hoje embora da faculdade, constatei de novo a pequenez de tantas pessoas...
_________________
Embaladas pela noite viva
Noite falsa, de enganosos sorrisos
Mais madrasta dos evitados que, virando
A esquina, dormem gélidos
Em colchões de ladrilhos.
Alugam o mundo sem licença,
Cultivam terra seca com risos formais,
Pisam o cigarro velho de ocasião,
Transpiram alegria impura
Ou conversas banais.
São anjinhos de um céu vulgar,
Reclamam asas de seda para voar.
Mas até as de retalho voam, e mais alto,
Se almas tiverem abertas e
Capazes de sonhar.
É gente de tamanha pequenez,
Música afinada, letra que a nada soa.
Frascos deslumbrantes, e de tampa solta,
Perfumes que cheiram a água,
E até enjoa!
Talvez seja eu o anjo negro,
Ausente do presente e real,
Que constatou numa noite alegre,
O que lhe enojou para sempre:
Gente de alma vazia, superficial...
NF
22-10-2003
_________________
Embaladas pela noite viva
Noite falsa, de enganosos sorrisos
Mais madrasta dos evitados que, virando
A esquina, dormem gélidos
Em colchões de ladrilhos.
Alugam o mundo sem licença,
Cultivam terra seca com risos formais,
Pisam o cigarro velho de ocasião,
Transpiram alegria impura
Ou conversas banais.
São anjinhos de um céu vulgar,
Reclamam asas de seda para voar.
Mas até as de retalho voam, e mais alto,
Se almas tiverem abertas e
Capazes de sonhar.
É gente de tamanha pequenez,
Música afinada, letra que a nada soa.
Frascos deslumbrantes, e de tampa solta,
Perfumes que cheiram a água,
E até enjoa!
Talvez seja eu o anjo negro,
Ausente do presente e real,
Que constatou numa noite alegre,
O que lhe enojou para sempre:
Gente de alma vazia, superficial...
NF
22-10-2003
Tuesday, April 19, 2005
Reflexos na Bruma
Entristece-se o manto efémero
No franzir embalado da cortina,
Recolhendo suas velhas lantejoulas
De velhos brilhos da nossa vida.
Todo o tempo cessa em retalhos
O que outrora foi euforia.
Serão areia os amores jovens,
Da velha praia onde atracarão
Os nossos dias... Quão frágeis
São os laços que nos unem ao infinito,
Deixando a solidão ser nossa companhia.
Prevendo o fluir dos anos na bruma,
O espelho do futuro reflecte
No meu olhar aquilo que agora vejo:
Eu, lerda, enrugada, só, distante,
Sentada num velho banco de ferro,
A mirar o rio Tejo.
Nádia Fortes
30/08/2004
Subscribe to:
Posts (Atom)