Thursday, June 19, 2008

Outra vez

Brindam-se os cálices vazios,
Degustámos o doce vinho.
Dragamos o mesmo aroma
Outra vez, sozinhos.
Erguem-se alicerces impetuosos,
Montados numa inércia profunda.
Desabam na razão ciente
Outra vez, defunta.

Há caminhos à solta,
Traçaram-se caminhos parados.
Os mesmos veleiros sem rota
Outra vez, ancorados.
Rodopiou a imagética sentida,
No álbum da memória vivida.
Monta-se o puzzle sobre a mesa
Outra vez, partida.

Nádia Fortes
20-06-2008

1 comment:

Anonymous said...

Nádia,"mulheri" :)Aqui fica o bombom prometido . Espero que esta minha iniciativa possa vir a ser uma ponte para a escrita de mais poemas,e de preferência, com a mesma beleza que os anteriores, os quais, encantaram divinamente.
Como já te tinha dito pessoalmente, acho que tens realmente um dom para a poesia. Todos os poemas que até agora li, que muito embora se debrucem em acontecimentos melancolicos, e de tristeza, são o espelho de uma alma lúcida e altruista perant o sofrimento. E é essa mesma sensibilidade é que nos faz mais seres humanos mais especiais. ;)

Abraço chegado!
Nelson Brito

Aqui está a musica que compuz p/ este poema