Sunday, August 31, 2008

Chuva

O soalheiro calafrio sucumbe
A desnuda insónia condensada.

Qual tempestade reproduzida
Num desejo entregue ao relento,
Desperto pelas ranhuras deste chão
Onde cai em pranto a minha chuva.

Abriga-se o vulto desprovido
Do dilúvio com tormentos resfriados.
Anseia pela bonança vora,
O momento que aquieta a alma,
Depois de ter sentimentos feridos.


Toca no seu dorso esta bonança
Que componho em traços de luz.
Torna à terra o curso de água,
Carregado de raízes efémeras
Num desabrochar de Primavera
Em pleno Outono.


Nádia Fortes
31/08/2008

2 comments:

Unknown said...

Coleguinha Nadiazinha

Não estou aqui a comentar este poema em particular, vou sim dar a minha opinião no geral. (não te esqueças do combinado.. 0.10€ por palavra..)
Eu acho que os teus poemas não são fáceis de perceber, não são para o Q.I. de todos (como já tínhamos falado ) as frases elaboradas, junto com o português de altíssimo nível, os versos que não rimam, entre outras coisas, fazem das tuas pequenas obras de arte, versos/poemas COMPLICADOS DE PERCEBER.
Digo isto porque apesar de perceber o teu português, muitas vezes não consigo perceber os teus sentimentos. O sentimento que te leva a escrever aquelas estrofes, um sentimento que não está ao alcance de todos.
A única explicação que encontro para este facto é que a tua mente também, por vezes, é complicada de entender, tu ÉS IMPREVISÍVEL DE MAIS, és complicada de perceber. Por exemplo, quando penso que vais fazer/dizer isto ou aquilo, simplesmente isso não acontece (e o erro não está em mim acredita). Tu és DIFERENTE.
Talvez seja esse imprevisível que faz com que por vezes apenas tu percebas os teus poemas.
Isto não é uma critica é apenas um(a) apontamento(opinião).
Claro que tens talento ninguém duvida disso, se não o tivesses os teus poemas não estavam em livros. Por isso acho que deves continuar a escrever com(ou sem) essa característica, quase, única que faz de ti especial.
Estou certo que o futuro te reserva boas surpresas, basta tu as deixares entrar na tua vida. Por vezes pode-te parecer que isto ou aquilo não é o melhor para ti naquela altura mas por vezes vale a pena arriscar para mais tarde poderes colher os frutos.

lembra-te: QUANDO A PRIMEIRA OPÇÃO NÃO TE SORRI, PODES SEMPRE OPTAR PELA SEGUNDA, e passado algum tempo pode ser que afinal a 2ª opção era tão boa ou melhor que a 1ª de há uns tempos atrás. Mesmo se não der certo pelo menos tentas-te e ganhas-te experiência.

Bem, já escrevi muito (já escrevi por todo o ano), resta-me despedir e como estou a comentar um blogue de uma poeta despeço-me com.... "umas frases". ;-)
Beijos Grandes

TO QUERIDA COLEGUINHA ENGª

Nádia, meu amor
meu penico voador
que seria de ti sem mim, pergunto eu
talvez uma pessoa com um ego melhor que o teu

Ao olhar para ti vejo beleza
nos teus gestos vejo simpatia
nas tuas palavras inocência
Mas que tristeza
que sentia
se não fosses para mim uma referencia.


PS: Obrigado

Andre said...

Poesias nunca são escritas para serem entendidas e sim para estarem em sintonia com que as lê.