Monday, May 25, 2009

Memórias

De traços meigos
Num corpo franzino,
Descalça na rua
Sem medo do frio.
As mãos rastejantes
E unhas sumidas
Trepavam árvores
E imaginavam cozinhas.
A voz aguçada
Falava de encantos,
Os olhos acreditavam
Que existiam anjos.
O paladar imaginava
O sabor da terra,
Fazia de areia
O bolo da festa.
O sol escaldava
E não era dor,
Os dias eram anos
A passar de cor.

Fito deslembrada
Esta passagem discreta,
Como se uma janela
Estivesse aberta.
Não lembro onde foi
A minha refém,
Ficam dela as memórias
Para a minha mãe.

NF

25-05-2009

4 comments:

Anonymous said...

Very Nice!

Andre said...

Perfeita e compassada!

Nocas said...

Muito bonito mesmo. Gostei muito. :)

Beijinho

Unknown said...
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