Sunday, August 31, 2008

Chuva

O soalheiro calafrio sucumbe
A desnuda insónia condensada.

Qual tempestade reproduzida
Num desejo entregue ao relento,
Desperto pelas ranhuras deste chão
Onde cai em pranto a minha chuva.

Abriga-se o vulto desprovido
Do dilúvio com tormentos resfriados.
Anseia pela bonança vora,
O momento que aquieta a alma,
Depois de ter sentimentos feridos.


Toca no seu dorso esta bonança
Que componho em traços de luz.
Torna à terra o curso de água,
Carregado de raízes efémeras
Num desabrochar de Primavera
Em pleno Outono.


Nádia Fortes
31/08/2008

Monday, August 25, 2008

Retrato

Ponto sem partida,
Paragem em movimento,
Amor fraternal,
Despontar dum rebento,
Sorrisos esmorecidos,
Um lenço ao vento,
Sebenta sem prefácio,
Minutos sem tempo,
O meu universo
Num breve apontamento.

NF

25/08/2008