Tuesday, April 19, 2005

Reflexos na Bruma


Entristece-se o manto efémero
No franzir embalado da cortina,
Recolhendo suas velhas lantejoulas
De velhos brilhos da nossa vida.
Todo o tempo cessa em retalhos
O que outrora foi euforia.
Serão areia os amores jovens,
Da velha praia onde atracarão
Os nossos dias... Quão frágeis
São os laços que nos unem ao infinito,
Deixando a solidão ser nossa companhia.
Prevendo o fluir dos anos na bruma,
O espelho do futuro reflecte
No meu olhar aquilo que agora vejo:
Eu, lerda, enrugada, só, distante,
Sentada num velho banco de ferro,
A mirar o rio Tejo.

Nádia Fortes
30/08/2004

1 comment:

Fonzi said...

Doce Nádia,
o teu blog está ao abandono :D