O soalheiro calafrio sucumbe
A desnuda insónia condensada.
Qual tempestade reproduzida
Num desejo entregue ao relento,
Desperto pelas ranhuras deste chão
Onde cai em pranto a minha chuva.
Abriga-se o vulto desprovido
Do dilúvio com tormentos resfriados.
Anseia pela bonança vora,
O momento que aquieta a alma,
Depois de ter sentimentos feridos.
Toca no seu dorso esta bonança
Que componho em traços de luz.
Torna à terra o curso de água,
Carregado de raízes efémeras
Num desabrochar de Primavera
Em pleno Outono.
Nádia Fortes
31/08/2008