Tombou-se a cancela velha, baixou sem avisar.
"Diz-me porque foi, porque baixou ela,
Sem antes eu passar!"...
O tempo da espera é tenebroso,
A ânsia do caminho esvaneceu.
Reticentes... Uns esperam,
Outros, vão voltar.
O tumulto espezinha a calma,
E depois da luta, a entrega exausta.
Acorda a cegueira em cinza,
E vai despertando o olhar,
O olhar retido nela.
"Como tu me fascinas,
E nunca te admirei.
O horizonte em ti se deita,
És o pouso do pássaro
Que faz soar o timbre do teu ranger.
És a meta que me deleita".
Comove-se a injusta,
E num ápice torna a levantar.
Como foi bom o tempo de espera,
Passo agora, já não como era
Antes do tempo de passar.
(...)
E quem torna à cancela velha,
Volta a querer parar.
Nádia Fortes 24-01-2008